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quinta-feira, abril 24, 2008

Mas Não É Nada Disso

Isabela foi morta por negligência, ciúmes, destempero e talvez por ser uma alma muito iluminada.

Chronus e Medéia

Eurípides, dramaturgo grego, escreveu a peça Medéia no ano de 431 antes de Cristo.
Naquela época o teatro era responsável pela construção e educação do homem grego, em particular do ateniense.
As peças apresentavam discussões sobre os acontecimentos cotidianos dos atenienses, se baseando nos mitos.
A mulher tinha um papel particular na cultura ateniense que foi discutida de uma maneira bastante trágica nesta peça. O que poderia acontecer, se uma mulher coberta de emoção e paixão, sentimentos irracionais para os gregos, em oposição ao homem racional, decidisse resolver suas mágoas pelas próprias mãos?
Jasão largou Medéia e seus dois filhos para se casar com a filha do rei de Corínto, Creontes.
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Jasão corre para a casa de Medéia à procura de seus filhos, pois ele agora teme pela segurança deles, porém chega tarde demais. Ao chegar em sua antiga casa, Jasão encontra seus filhos mortos, pelas mãos de sua própria mãe, e Medéia já fugindo pelo ar, em um carro guiado por serpentes aladas que foi dado a ela por seu avô o deus Hélios. Não poderia ter havido vingança maior do que tirar do homem sua descendência.

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Uma das representações mais bizarras de Chronos é a de um homem que devora o seu próprio filho, num ato de canibalismo difícil de compreender na atualidade. No entanto, esta representação deve-se ao fato dos antigos gregos tomarem Chronos como o criador do tempo, logo, de tudo o que existe e possa ser relatado, a exemplo do Deus único e criador dos cristãos, judeus e muçulmanos, sendo que, por este fato, se consideravam como filhos do tempo (Chronos), e uma vez que é impossível fugir ao tempo, todos seriam mais cedo ou mais tarde vencidos (devorados) pelo tempo.
Uma explicação possível para esta representação é a confusão com o titã Cronos, que comeu os seus filhos para que não se rebelassem contra ele e lhe tomassem o poder da Terra como ele fez com o seu pai, Urano.

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Assim caminha a humanidade, com pais e mães potencialmente competindo com seus filhos, devorando-os e destruindo-os antes que eles mesmos sejam vítimas de suas crias.

A mitologia é cheia de exemplos desses homicídios, onde a mulher se justifica pelo amor perdido do homem a quem quer tirar a descendência, e o homem se justifica pelo medo do confronto e da perda do poder.

Termos que conviver com a perenidade desses símbolos é um verdadeiro desafio ao entendimento romântico, à ética judaico-cristã e aos avanços tecnológicos sempre crescentes.

Os arquéticos nunca desaparecem, para desespero das almas sensíveis e gáudio supremo dos que vivem de relatar as mazelas humanas.

Ser humano é ser Medéia e Chronus em potencial. É saber que se tocados por esse destino cruel, um pai e uma mãe perdem grande parte de sua humanidade e entram para a categoria das bestas insensatas, onde a dor da mulher e o medo do homem de cometer as mesmas barbaridades ancestrais são maiores que seus instintos de preservar a espécie.

Uma rápida pesquisa no google traz páginas e páginas de relatos de mortes terríveis infligidas aos filhos no Brasil e no mundo.

A mitologia nos explica mas não nos torna melhores, ao contrário, revela nossa direção retrógrada em altíssima velocidade, e aumentando...

quarta-feira, abril 23, 2008

Un Certain Regard

o olhar de danuza ouvindo nelson freire é o mesmo olhar de quem olha o seu amado como se dissesse
é impossível q ele exista
é impossível q eu exista
é impossível q ele me ame e eu o ame
é impossível amar tanto e não morrer
é o olhar do amor que é tanto e quase insuportável
que chega a doer e dói muito
e dói de verdade.