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quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Os Miseráveis

Sempre que posso assisto a Os Miseráveis. Já foram muitas reprises do filme estrelado por Liam Nielsen, e outras da versão estrelada por Jean Paul Belmondo.
Em cartaz no Queens Theatre há 20 anos e outro tanto na Broadway, esse belíssimo musical tem inspirado a produção de filmes em todo o mundo. As músicas são inspiradíssimas.
A produção estrelada por Hugh Jackman se baseou no musical e fez da interpretação dos atores e atrizes cantando em frente às câmeras o maior trunfo da produção. Não dá pra esquecer de toda a produção musical, que é simplesmente fantástica, como um personagem que se junta ao elenco e marca as batidas do coração nos muitos momentos épicos do filme.

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

O Lado Bom da Vida

Dá pra entender a fartura de prêmios de Jennifer Lawrence, que rouba a cena num filme que tem Robert De Niro no elenco.
O Lado Bom da Vida pode não ter tido a intenção, mas revelou-se através do lado ruim da vida americana atual, pontuada por cortes de pensões, desemprego, loucura, impotência, alienação, morte e muitas outras perdas.
Foi-se o cultuado american way of life dando lugar a um cenário sombrio de pessoas resignadas, com exceção daqueles que sofreram uma séria ruptura emocional a ponto de cair na bipolaridade. São os filhos do TOC e das reações imbecilóides dos pais. São os filhos do pesadelo americano, atavicamente à espera de um final feliz.
Pat perdeu tudo com o que se identificava - casamento, trabalho, vida social - e acabou perdendo a própria identidade, fragilmente estabelecida no pensamento positivo e nas vãs suposições.
O ritmo do filme é dado pela agitação maníaca, as idéias fixas e as repetições mântricas de frases que deveriam exorcizar a negatividade e o caos.
Tiffany perdeu o marido num contexto de resgate do romantismo no casamento, mas talvez por ser mulher e ser mais jovem, não se perdeu junto com a circunstância adversa.
Há uma trama para que Pat e Tiffany se encontrem, o que acaba acontecendo de uma forma descontroladamente defendida e agressiva. Enquanto Pat procura recuperar a forma física em corridas intermináveis pelo subúrbio, Tiffany surge trombando nele, literalmente atingindo-o e impactando-o com o seu próprio corpo e posteriormente, com suas circunstâncias de dor e loucura.
Em Pat não há nada mais que um fiapo de lucidez, representada pela idealização da mulher perdida, com quem se considera casado e a quem busca, e por quem participa de barganhas.
No fim, quando tudo está por um fio, a família se recompõe com as mesmas neuroses de sempre, a loucura sob controle e o tão almejado final feliz, negado por Hemingway em seu Adeus às Armas, que Pat lê e joga pela janela.
Este retrato atualizado da vida americana nos leva a pensar que a roda da fortuna gira e que o momento é de muita pressão, poucas alegrias, alguma vergonha e um insuspeitado conformismo.