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sexta-feira, janeiro 06, 2012

23 Semanas de Paixão

Não é a primeira vez que viajo e espero não ser a última. Em 2010 o rolé pela Europa (e África - Egito) abriu meus olhos para esse tipo de viagem que daqui a pouco terei encerrado. Meu vôo sai às 21:30h e Londres se despede de mim com sol, céu azul e sem vento.
É preciso conhecer os lugares não só de ouvir falar.
Londres é uma cidade sem paralelos. Vive de extremos intermediados pela imutável idéia da realeza. Tudo o que cheira mal em Londres não é londrino; e tudo o que limpa, esfrega e lustra Londres, também não o é.
Não creio que Londres esteja com material humano preparado pras Olimpíadas. Mas quem está? Se utilizarem a mão de obra usual, as pessoas não serão bem tratadas (com exceção da mão de obra do assim chamado leste europeu). Se utilizarem a mão de obra inglesa, deixarão as Olimpíadas a cargo de pessoas inexperientes, definitivamente não acostumadas a servir.
Vem de longe essa necessidade inglesa de ser servida e ter vassalos. Não é de se admirar que não os vemos nos lugares de serviço presencial.
Os londrinos têm senso de humor, sim, mas é pra uso doméstico. Diferente dos espanhóis e portugueses que o têm para todos os usos.
Os londrinos têm paixão pela cultura e pela leitura, mas já estão excessivamente apegados às tecnologias virtuais, embora com culpa.
Estive numa livraria (bookshop) e a coisa que mais chamou a minha atenção foi o desgaste das escadas. No metrô e nos trens 60% das pessoas está lendo e dos 40% restantes 10% não está fazendo nada e 20% está mexendo nos seus gadgets.
Em Londres não há o londrino típico. Na periferia tampouco.
Os ingleses estarão em Plymouth, Bath, Oxford, Denver, ou em lugares ainda mais remotos em relação à capital.
Londres é um grande caldeirão de culturas onde às vezes (muitas vezes) fiquei irritada por ouvir dialetos tão diferentes e a única voz que fala inglês é a que anuncia as paradas dos ônibus e metrôs.
Mas se um indiano ou paquistanês consegue um lugar pra morar e trabalhar em Londres ele vai tratar você com a superioridade dos ingleses. Engraçado, não? E às vezes você fala inglês muito melhor que eles...
Bem, a história é essa. Hoje é o último dia de uma excelente temporada fora de casa. Temporada esta que me deu a sensação de estar com as raízes frouxas e ser capaz de morar em qualquer lugar e dele fazer minha casa.
Digo até breve por que esta terra me deixou com sede e fome e tenho que voltar.