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quarta-feira, outubro 28, 2009

Navegar é Preciso, Viver não é Preciso



Caso típico de verbo multifuncional.
Navegar é preciso, necessário.
Viver não é preciso, não tem medida certa, não tem precisão na medida.
Embora concorde que navegar é preciso, necessário, também dá pra dizer que navegar não é preciso, não tem parâmetros confiáveis.
Viver não é preciso, não tem parâmetro confiável, mas também viver é necessário, até indispensável.

Navegar é preciso. Viver não é preciso.
Navegar como se fosse exato, viver como se fosse necessário. Navegar como se fosse necessário, viver como se houvesse exatidão.

domingo, outubro 04, 2009

Rio 2016

7 anos (7 é um número cabalístico, representa a perfeição). Temos 6 anos, como no tempo bíblico, pra reinventar o Rio de nossas almas, memória e coração, de modo que serão 6 anos de trabalho árduo - e de preferência honesto - pra deixar o Paraíso pronto, para que no 7º dia haja descanso e se possa dizer: está tudo muito bom.
O Rio de Janeiro é uma das cidades mais lindas do mundo, dessas que, parece, Deus cuidou pessoalmente; talhou, moldou, pintou e bordou, com extrema alegria e senso de liberdade...
O Rio de Janeiro pertence às pessoas de bem, de bom gosto e de bem com a vida.
O Rio merece ficar livre de tudo o que não lhe diz respeito.




Em 2009 o Rio de Janeiro estava esvaziado e sem forma, coberto de trevas e de sombras, e à beira do abismo.
Em 2010 alguém, talvez o próprio povo, disse: haja luz. E houve a separação entre a luz e as trevas. E foi notória esta separação. A luz dissipava as trevas e as trevas jamais foram maiores que a luz.
Em 2011 alguém, talvez o próprio povo, disse: haja atmosfera e haja oceanos. E tanto a atmosfera quanto as águas eram próprios para o consumo. Não havia poluição a embargar o livre respirar de tudo o que viria a ter lugar na cidade.
Em 2012 alguém, talvez o próprio povo, disse: que o Rio de Janeiro volte a se cobrir de verde. Que seus montes e vales sejam recuperados pelas plantas e vegetação apropriados.
Em 2013 alguém, talvez o próprio povo, disse: que as estrelas brilhem no firmamento, o sol e a lua. E que este luzir seja suficiente para orientar a cidade no caminho de sua própria luz.
Em 2014 alguém, talvez o próprio povo, disse: que as águas sejam tão puras e habitáveis que haja peixes em abundância, e frutos marinhos da melhor espécie. Que o ar esteja tão puro e propício, que os pássaros e até mesmo as aves migratórias façam do Rio de Janeiro o seu habitat natural.
Em 2015 alguém, talvez o próprio povo, disse: nesse ritmo, quando será criado o homem? Pois havia chegado a vez de criar os seres viventes, começando pelos animais, as bestas feras, cada qual segundo a sua espécie, inclusive e finalmente, o homem.
Em 2016, com a beleza restaurada da cidade mais linda do planeta, a belíssima cidade reinventada recebeu legiões de pessoas para uma das mais emocionantes festas de confraternização e atualização de potência pessoal e coletiva.
Sem favelas, sem favelados, sem esgoto a céu aberto, sem poluição, sem mau cheiro, sem milícias e comandos, sem drogas e drogados, sem a desídia municipal, estadual e federal; sem vagabundos e trambiqueiros em geral; sem mais ninguém, senão o sopro divinal encarnado na mais perfeita tradução do brasileiro: o carioca verdadeiro.
E viva o Rio de Janeiro!