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quinta-feira, janeiro 17, 2013

Boletim Veterinário:
Quarta-feira, dia 16.01.2013:

14:00h - consulta
Peso: 1.600g
Hálito urêmico, inapetência e apatia.


15:30h - grande vômito logo após chegar em casa, da medicação subcutânea feita na clínica e em casa.

16:30h - Mimim alternava de posição nos 2 cantos da sala perto da janela. Parecia estar melhor, apesar do vômito e eu seguia administrando a medicação oral. Mimim apresentava uma leve espumação na boca, que já apresentara na clínica.

20:00h - Peguei a nova prescrição na farmácia e iniciei a administração.

21:00h - Aumento da espumação e diminuição da atividade motora.

22:00h - Levei-a no colo para a cozinha e ela mal se sustentou em pé quando a deixei no chão enquanto pegava leite para tentar fazê-la ingerir alguma coisa. Logo se deitou no chão.

23:00h - Levei-a para a cama, forrei a cama com 2 mantas quentinhas e ela fez uma única tentativa de sair e se esconder debaixo da cama. Mudei de quarto, onde ela já não conseguiria sair da cama. Sequer tentou. Nas vezes em que precisei levantar ela miava, como que reclamando da minha ausência. Miava alto e forte.
Durante toda a madrugada apresentou espasmos ora na cabeça, ora no tronco.

Hoje, Quinta-feira, 17.01.2013:

05:00h - Voltei para o meu quarto com ela, e ela já apresentava um quadro semi-comatoso e eliminava uma secreção transparente, com odor adocicado. O hálito urêmico sumiu. Midríase.

08:00h - Midríase completa, coma, reflexos ausentes, apresentando tremores de patas posteriores. Persistia a eliminação de muco. Ausência de hálito urêmico.

08:30h - Fiz contacto com a veterinária, sem sucesso. De vez em quando Mimim emitia uns pequenos sons, a respiração fraca e mais regular. Pego um cotonete e fico banhando a boquinha dela. Em duas vezes ela lambe os beiços. Olhos abertos e midriáticos.

09:30h - A veterinária retorna a ligação e sugere a aplicação de corticóide. Recuso. 10 minutos após Mimim começa com uns espasmos semelhantes a pequenos rugidos de leão, abrindo totalmente a boca, como se querendo buscar o ar, e emitindo um pequeno som. Aos pouquinhos esses espasmos cessam e ela passa a ter uma respiração muito fraca e a intervalos grandes.

09:45h - Mantenho a minha mão no peito dela, percebo que a respiração fica cada vez mais fraca e espaçada. Por último surge uma descarga energética bem típica dos gatos quando se espreguiçam, aquela em que todo o corpo vibra, e após isto, Mimim dá o último suspiro.


Yasmim Marilyn Fitzgerald foi adotada junto com uma gatinha da mesma ninhada, as duas únicas sobreviventes de uma gata mal cuidada e naquela 4ª ninhada apresentando depressão pós-parto. Presenciei a gata-mãe se levantando assim que a outra gatinha agarrava na teta dela. A gata-mãe se levantava e começava a andar, e a filhotinha aguentava o que podia e mamava o que conseguia. Mimim não se dava ao trabalho. Quando adotei a filhotinha mais aguerrida, trouxe Mimim porque achei que uma não sobreviveria sem a outra. A filhotinha mais aguerrida, Habiba, faleceu em 2008 com leucemia e Mimim aguentou firme até hoje.
Em janeiro de 2012 cheguei em casa depois de passar 5 meses fora (deixei um casal de amigos aqui em casa tomando conta de Mimim e tanto ela quanto eles se afeiçoaram muito uns aos outros), mas logo percebi que Mimim estava um pouco triste e pedindo muita água (ela só gostava de água corrente).
Levei ao veterinário e eu fui considerada u´a mãe histérica, pois clinicamente Mimim estava ótima. Mesmo assim pedi para fazermos os exames, pois Mimim nunca tinha sido avaliada com bioquímica. O resultado nos surpreendeu: ela estava com insuficiência renal crônica. Fizemos a Ultrassonografia e o diagnóstico foi confirmado com o agravante de que quase não havia tecido cortical. A US de novembro de 2012 mostrou piora do quadro anatômico.
Mimim se adaptou muito bem à ração renal seca e chegou a desenvolver paladar pela ração renal úmida. Por último pedia muita água e por sorte eu estava mais em casa, disponível pra ela. Foi perdendo o apetite até que há 5 dias parou de comer a ração seca e ficou só com a ração úmida. E pedia muita água, mas quase não bebia.
Teve apenas um episódio relevante de vômito dois dias antes de falecer, sem contar o de ontem, após a hipervolemia.
Li que os gatos procuram se enfurnar quando sabem que vão morrer. Li que eles fazem isso para não serem vistos por seus donos e não causarem sofrimento a eles. Lenda ou não, Mimim bem que tentou se esconder de mim. Mas por último, e pra minha triste alegria, até miou durante a noite, quando eu precisei levantar duas ou três vezes, como que pedindo que eu a não deixasse.
Como eu deixaria essa filha peluda, esse amor do meu coração, essa criaturinha super importante em minha vida?
Agora espero que não seja lenda que eu possa me reencontrar com ela quando chegar a minha vez de ir para o céu dos humanos.
Quando vi o filme "Nosso Lar" a coisa que mais encantou foi a presença de um cão no grupamento familiar.
RIP, linda e amada Mimim.