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terça-feira, setembro 27, 2011

London Tower Bridge & London Eye

Quem viu o filme Yentl vai lembrar de uma ponte sobre o rio Tâmisa. Vamos considerar que só pode ter sido a Ponte da Torre de Londres.
Essa torre começou a ser construída em 1078 como uma fortificação e posteriormente foi usada como abrigo para os regentes quando o país entrava em guerra. Foi local de prisões e assassinatos. Em seu sub-solo estão guardadas as jóias da coroa.
A Ponte que fica ao lado é uma jóia da arquitetura romântica.







London Eye
Foi inaugurado em 1999 junto com a Ponte do Milênio. Até 2006 era a maior roda gigante do mundo. É uma atração turística bem bacana. A roda gira a uma velocidade que permite o embarque e o desembarque dos serumanos sem diminuir a velocidade.
Não é assim uma Torre Eifel, mas dá pra ter uma visão boa da cidade de Londres.

segunda-feira, setembro 26, 2011

Camden Town


Não era fã da Amy Winehouse, mas fiquei depois que ela morreu. Vozeirão e talento pra ninguém botar defeito. Ouvindo algumas de suas músicas no Youtube cheguei à conclusão de que ao utilizar elementos fúnebres em suas composições ela estava premeditando o fim. Não como uma suicida medrosa. Amy Winehouse e Heath Ledger não quiseram ser socorridos.
Rehab? No no no. Back to black, yes. Someone to Watch Over Me. May be.
Amy estava morando em Camden Town, um "bairro" comum de Londres, com pubs comuns, entre eles o Hawley Arms onde ela batia ponto.
Há pessoas que gritam por socorro, Amy cantou as dores do mundo e a falta de amor até morrer. Tem gente pra quem a vida pega pesado demais. Deixam um rastro explosivo de beleza e arte. Mas explodem junto. Ou secam.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Mìró no Tate Modern

Num primeiro relance os artistas espanhóis parecem ter na personalidade excêntrica a melhor parte de sua obra. Picasso, Miró, Almodóvar dão essa impressão. É preciso seguir a obra e a vida pra saber qua a excentricidade integra, preenche e expande a obra.
Um dos primeiros trabalhos de Miró (The Farm 1921-1) é considerado por ele mesmo o seu trabalho-chave, a base do simbolismo que viria mais tarde.


Gostei especialmente desse quadro, que revela um artista detalhista, afiado, simétrico, enfim, figurativo. Quem não é iniciado em artes plásticas não se entende nada bem com o abstrato.

Andando pelas salas do Tate - a exposição de Miró ocupou 13 salas - primeiro comecei da última e vim até à primeira pra depois começar do começo.
Na primeira sala, além do quadro acima havia o Portrait of Vicens Nubiola, feito em 1917.
The Farm foi feito em 1921-2, como já dito acima. Esse Portrait of Vicens, anterior a The Farm, não parece ter claras influências de nosso admiradíssimo Van Gogh?


The Tilled Field parece ter sido the breaking point entre as influências da época e a decisão pelo próprio caminho.

Feito entre 1922 e 1923 The Tilled Field parece ser uma releitura de The Farm, com um traço mais despojado.

Logo em 1924 André Breton publicou o Manifesto do Surrealismo e Miró encontrou sua praia. No ano anterior a Espanha começou a viver um período ditatorial sob Miguel Primo de Rivera, que suprimiu a autonomia da Catalunha, limitando o uso da linguaguem catalã.
Miró começou a trabalhar numa série que celebrava a identidade catalã. Sua pintura se modificou bastante, aquilo que era imagem ele passa a expressar através de sinais. Uma mudança radical, como se vê em The Head of a Catalan Peasant (1925).

Aqui o esboço do arquétipo de um camponês catalão é feito com uma cabeça triangular, traços da barba e o tradicional boné vermelho. Esses elementos tem um fundo azul vívido (do céu e da imaginação). Miró chegou a dizer que fez esse quadro em um momento de alucinação, mas o fato é que ele havia feito um minucioso rascunho anos antes de pintar o quadro.
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Nem preciso dizer que sou uma leiga abusada, que gosto de arte e, principalmente, gosto dos artistas. Miró nem é meu pintor preferido mas terei com prazer algumas gravuras dele, dessas que a gente compra no próprio museu.
O que me dispõe a escrever sobre Miró é justamente saber que ele participou ativamente de uma época, de uma época bem dura, e que foi ficando cada vez mais com a mão leve - no sentido de não carregar tanto nas tintas. Muito embora tenha utilizado muto preto e vermelho nos últimos trabalhos. 
Tive a curiosidade de ver (na exposição) o quanto de verde havia na obra de Miró. Num apanhado superficial, encontrei verde nas obras feitas de maio de 68 a dezembro de 73. 
As últimas obras de Miró são, salvo engano, um tríptico chamado The Hope Of a Condemned Man, I, II, III (fevereiro de l974).



Essas telas ocupam todo o espaço de 3 paredes (não sei a dimensão exatamente). Foram intituladas assim em protesto contra a execução de um jovem anarquista em 1974. De todo modo, há rascunhos desse trabalho feitos em 1960. Aquilo que parece ser uma arte espontânea foi longamente ensaiada.
Esse é o ponto. Quando o artista pode fazer só um "rabisco", escrever só uma palavra, cantar só uma nota e fazer parecer que é tudo muito fácil. Não é fácil: ele está resumindo uma vida inteira de ensaios.
Pra minha felicidade pessoal, Miró alcançou a transição do franquismo para a democracia na Espanha e viveu até os 90 anos. Nada mal para quem passou pela Guerra Civil Espanhola e por 2 Guerras Mundiais.