Ou como diria a Danuza Leão,
o ser humano não falha. Surpreendente e inaceitável a cabeçada do Zidane no peito do italiano. Ato falho, querendo amassar a medalha de ouro que viria? Ato falho, não podendo ser impecável do princípio ao fim? Ato falho, querendo sair do pedestal de endeusamento intensivo que lhe foi feito desde que anunciou que ia abandonar a profissão? Ato falho, não, eu não vou abandonar nada, vou dar um jeito de ser abandonado? Ato falho racial, mesmo, (o cara é africano, mal ou bem)? Ato falho, tentativa infrutífera de esconder uma vulcânica reação a um turbulento affair incestuoso com a irmã?
Ponto pro italiano, que se fez tudo de caso pensado, foi super bem-sucedido porque a Copa foi ganha ali. Ponto no sentido figurado, porque se o cara conseguiu tirar o Zidane do sério daquele jeito não deve ter sido por bobagem, e não ficou bonito pra ninguém. Afinal a França tava pintando como campeã tanto quanto a Itália e Zidane seria aclamado no final, vencesse ou não.
O ser humano é assim mesmo. De sublime a canalha numa fração de segundos.