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sábado, novembro 22, 2014

Mundo Made In Java

Tem horas que a gente acredita que D´us virou as costas e foi bufar num cantinho do céu e tem horas que a gente tem certeza de que  D´us largou mesmo tudo de mão.
D´us largou mesmo de mão e não está tomando qualquer conhecimento do fato de que o mundo inteiro entregou suas commodities nas mãos de Java.
Tirando umas raras raríssimas exceções - e estas referentes aos bens intangíveis, como é o caso da invenção, descoberta ou criação de produtos e serviços - está tudo nas mãos de Java.
Todos conhecem o meu sentimento por Java, que admito aqui sem qualquer problema, é parcial e injusto, mas é o que temos para o momento com base em experiência pessoal.
Eu gostaria de estar agora num mega mercado na Alemanha só pra fuxicar as etiquetas. Quem estiver por lá pode confirmar que alguns países como a citada Alemanha, e como a Inglaterra e talvez França, têm lá seus pruridos e disfarçam Java em Paquistan, Vietnan, Honduras, India, o que seja,  o fato é que a Ásia é considerada a plataforma industrial do mundo, por aí vocês vão vendo. Java superou EUA e Japão, mas eu digo, como fuxicadeira de etiquetas que sou, entre 100 "Made in Java" não encontro nenhum "Made in Japan" e encontro alguma coisa quinquilharinesca "Made in USA". Não peçam a minha opinião sobre quinquilharias feitas nos EUA pois eu vou duvidar seriamente da nacionalidade desses operários.
Também não me perguntem se concordo com a declaração da OMC (organização mundial do comércio) colocando o Brasil como o 5o. maior fornecedor de commodities (matéria-prima) para Java. Como sou do contra, também não vou concordar com a informação dessa mesma OMC de que o Brasil é o 12o. maior importador de recursos naturais do mundo. Não concordo com esse 12o. lugar, me julguem.
Ninguém nunca sabe onde quero chegar quando começo uma lenga-lenga como essa aí de cima. Em geral quero chegar num lugar bem insosso e moluscal (úia! ato falho numa hora dessas?).
Ontem resolvi comprar um kit de roupa de cama feita de flanela, eis que as temperaturas aqui só despencam - pra contrariar, ontem à noite comecei a sentir o maior calorão, fui olhar a temperatura, estávamos a 10+.
Ao examinar aquele pacote com 2 lençóis e duas fronhas minha imaginação voou para lugares não muito agradáveis onde os javaneses fazem suas produções, podendo ser em qualquer lugar do planeta, mesmo aí do seu lado, viu? E minha mente retardada se fixou em porões de navios que vivem em águas internacionais, e minha mente quase ficou doentia quando imaginei "Sem-Orrr, que horas que esse pessoal lava as mãos?".
Com os dedos em pinça peguei o kit e botei na máquina de lavar, com água quente e sabão poderoso, depois botei na máquina de secar a uns 60 ou 70 graus, e só assim considerei que o kit estava livre de mãos pouco lavadas.
É complicado, amigos, é complicado.
Você quer colocar a sua cabeça num travesseiro vestido numa fronha que tenha tido uma procedência que não altere o seu estado mental, e não vê outra alternativa senão se tornar um maníaco e lavar, enxaguar, secar, esticar coisas que estejam talvez mais limpas que a cama onde serão usados, mas a sua mente não te deixa relaxar, a sua imaginação desfila diante de seus olhos as lágrimas, o suór e o sangue, a energia, e tudo o que além de fibras e material têxtil entram na composição da manufatura de um artigo singelo como este, um kit de dormir.
Para acalmar seu ânimo você vai pra cozinha e prepara um chá e tudo à sua volta, tudo, absolutamente tudo, é Made In Java, tirando o chá propriamente dito, que é de Nova Jersey. Péra! Plantações de chá em Nova Jersey?

"A história do chá começa em 2737 a.c., na China, com a lenda de Chen Nung. Em 1862 chegou à Europa como uma garantia de saúde e longevidade. Em 1890, o chá entrou na vida de Sir Thomas Lipton que passou a comercializá-lo em Glasgow, Escócia, ficando conhecido em toda a Europa..."

E o que mais me entristece - sim, o tom de hoje não está nada bom, mas isso não quer dizer absolutamente nada, só diz que é impossível falar sobre todas as coisas ruins do mundo com o melhor dos bons humores. Nem sempre é possível. Pois bem, o que mais me entristece é que a qualidade das coisas não é boa. E tende a piorar, já que o mercado aceita esse nível de qualidade.

Ninguém é obrigado a comprar nada made in Java, mas tem que estar de corpo e alma preparados pra morrer de frio e cozinhar numa fogueira no quintal.
Diante dessa cena descrita aí em cima, minha mente distorcida trouxe a imagem de Cristina Kirchner, a presidente da Arghhhhentina, numa foto toda sorridente (se é que aquilo é sorriso e não um esgar pós-cirúrgico), ao lado do presidente Ji Xinping, cuja legenda dizia "Java compra a dívida externa argentina".
Já viram esse filme em algum país da América Latina?
De uma tacada só  em junho de 2014 Java assinou 15 acordos com o Brasil, 19 com a Arghhhhhentina, 38 com a Venezuela e 30 com Cuba!

Senhoras e senhores, com licença que eu vou ali pro cantinho da sala bufar.

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