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sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Denver: 300 dias de sol por ano

A primeira coisa que a gente pensa quando vai viajar para o Colorado no inverno é que vai enfrentar temperaturas muito baixas e toneladas de neve, que engano! Na verdade, o Colorado nem é o estado mais ao norte dos EUA, acima dele estão o Wyoming e Montana. E, incrível!, abaixo dele o desértico Novo México e abaixo dele, o México.
Ficamos com essa idéia por causa das estações de esqui em Aspen, Vail - sem falar na charmosíssima Breckenridge, que é uma cidadezinha histórica bem bonitinha.
O que eu não sabia é que: o Colorado pertencia inicialmente ao estado de Kansas e que sua base de terreno é o deserto. Não admira que morri de tédio dirigindo direto e reto na I-70W (ida) e I-76 e I-80 E (na volta). Já no limite entre Kansas e Colorado comecei a notar que a altitude só aumentava. Quando cheguei em Denver a Gepeéssa marcava 1.600m em contraste com os 300m que temos aqui em Kansas City, MO.
Fico feliz em saber que Denver é uma cidade boa pra morar devido à essa estabilidade do clima, à segurança e ao custo de vida baixo em relação a outras capitais - especialmente as capitais costeiras. Digo isso porque por mais que eu tenha quebrado a minha cabeça pra entender a cidade, pra sentir a cidade, pra definí-la, não consegui. E, não. Não moraria em Denver, pelo menos à primeira vista. Fiquei com a sensação de que Denver pode se apresentar feíssima, como o faz na chegada e na saída por causa dos muitos viadutos de aspecto sujo, como pode se mostrar uma cidade compacta, diferente de Kansas City, por exemplo, onde notoriamente a cidade se divide em downtown, norte, sul, leste e oeste. Me pareceu, durante o city tour, que Denver é mais compacta, mas pode ter sido apenas uma impressão, já que na saída vi ao longe um enorme conglomerado urbano. Bem. A área metropolitana de Denver, disse-nos o guia, é de 2 milhões de pessoas. Você anda por lá e está sempre a um passo de cair de um county pra outro. É como  você em Araruama estar a dois passos de Saquarema, mais ou menos assim. Enfim, o city tour pela cidade me mostrou repetidamente, eis que nosso guia andou em círculos, que Denver tem uma parte bem compacta, com Jardim Botânico, Zoológico, Capitol, bairros chiques e bairros revitalizados, praticamente vizinhos uns dos outros.
É bacana ver aqui nos EUA o enfrentamento da situação urbana mais caótica e/ou menos privilegiada. Os cabras fazem logo uma revitalização, constróem um ou mais parques, enfim, abrem um leque de opções para o cidadão.
O transporte em Denver é muito peculiar: não tem metrô, tem pouquíssimas linhas de ônibus, um monotrilho que só serve ao centro da cidade, mas o que tem de ciclovias não está no gibi! Denver tem a maior malha de ciclovias interligadas do país! Vi com meus próprios olhos o quanto essas ciclovias são inteligentes e descoladas das ruas movimentadas e "perigosas". O rio Cherry Creek (considerado aqui um regato)  corta a parte mais central de Denver, e é ladeado em ambas as margens por ciclovias seguras e ecológicas. 
Conotação cinematográfica: na região de Denver Charles Deaton construiu a sua "Sculpture House", que serviu de locação para "O Dorminhoco", filme de Woody Allen.
Também em Denver foi filmado "O Iluminado", com Jack Nicholson.
Por incrível que pareça, não vi nem um nem outro. Pior: não fiquei a fim de ver.
 Essa foto do Capitólio de Denver só foi possível pq botei o sol atrás do poste de luz.
Casa Esculpida, cenário do filme "O Dorminhoco"

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