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segunda-feira, setembro 11, 2006

Bibe

ela não era a minha preferida.
quando me disseram que havia nascido um "outro gatinho" branco, que parecia um pompom, filhote da mãe e (quiçá) do pai do Max, fiquei tentada.
chegando lá, havia duas gatinhas bem filhotinhas, a tal "pomponzinha" e outra malhadinha - obviamente nenhuma delas era 'um' gatinho.
fiquei com muita pena delas porque a mãe não curtiu muito aquele lance, e rejeitou igualmente a ambas. a malhadinha se entregou, mas a branquinha (bibibe) sem escrúpulos, sem orgulho, sem se fazer de rogada, se pendurava na teta da mãe o quanto e enquanto dava, pois esta saía andando, quase que imediatamente.
mimim, não, mimim não se agarrava na teta da mãe. preferia miar e miava muito, hoje eu tenho certeza que era de revolta e inconformismo, e que ela é hoje uma gatinha traumatizada.
resolvi então adotar as 2 porque eu achava que a malhadinha não sobreviveria sem a branquinha.
a cena mais linda delas duas assim que foram lá pra casa era a hora em que dormiam bem juntinhas e iam comer juntinhas e ficavam mais ou menos perto uma da outra, até crescerem e terem cada uma a sua personalidade e preferências.
ainda demos uma semana pra elas se virarem com aquela mãe, e no sábado seguinte elas foram lá pra casa. ambas cabiam dentro da minha mão.
eram tão feínhas...!!!! eu dizia que elas eram as "miúras feiúras" (Carol ficava uma fera comigo, porque nessa época meu preferido era o Max, o super lindo divino maravilhoso Maximiliano André Mário).
a vida seguiu e em março desse ano, supondo que elas fossem gêmeas (há uma história muito mal contada a esse respeito), elas completaram 4 anos.
bibibe se saiu uma gata muito saudável, independente (mais ainda que do que costumam ser os gatos) e complacente, muito zen e complacente. mas sem nenhuma altivez burra que a impedisse de pedir carinho.
mimim, ah..., mimim ficou tempos sem ronronar e mal miava; quando resolveu miar já tinha mais de um ano. até hoje é orgulhosa, não pede carinho e se vale do fato de ser minha preferida, se faz muito de rogada, tenho quase que implorar pra ela ir dormir comigo, é o ó!
bibe, não, bibe ronronava, pedia carinho, ficava no canteiro, tomava carreira de nina e dos gatos da rua, mas logo se recompunha e tocava sua vidinha zen, sem traumas. gostava muito de dormir na cama de Carol e muitas vezes dormia com a cabeça no travesseiro.
mimim, não, é cheia de manias e de preconceitos. não suporta barulho e seres de classes sociais inferiores. mimim é o ó do borogodó, mas depois que o Max morreu, ela se tornou a minha favorita.
bibe gostava muito de comer, e nas 2 últimas semanas de agosto parou de comer tanto e foi parando e parando, até que precisei levar ao veterinário.
aparentemente era um abscesso no dente.
depois, já que não melhorava do estado geral, embora o abscesso tenha regredido, tudo sugeria leucemia felina.
eu não podia mudar minhas férias e tive que viajar com ela doente, sendo tratada primeiro em casa e depois na casa do veterinário (provavelmente um humanista, o Dr. Jefferson de Araruama).
ontem pela manhã, da mesma forma discreta como viveu, bibe se foi.
faço aqui esse registro não para que leiam, mas para que eu mesma saiba e nunca me esqueça de que não importa se um ente querido é ou não o nosso preferido, a perda dele é sempre como se ele fosse o único.
talvez isso dito assim nada queira dizer, mas a verdade é que por mais que racional ou emocionalmente a gente tenha nossos preferidos, o coração morre de amor, de dor e de saudade por todos eles, e nessa hora aquele que achávamos não ser o nosso preferido, é o mais importante e representa a maior perda de todas.

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