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sábado, dezembro 27, 2008

2008

Não se pode qualificar os anos como se faz com as safras de vinhos, pois as safras podem ser uma unanimidade; os anos, não.
2008 foi um ano razoável, com os perrengues de sempre, mas suportável.
Eu gostaria de que 2009 viesse com um aperfeiçoamento radical na ética dos malandros da política, um aperfeiçoamento radical na ética dos malandros da polícia, um aperfeiçoamento radical na ética do malandro cidadão comum.
Bastaria esse aperfeiçoamento radical e 2009 seria considerado um "bom ano".
Gostaria também de ter que sofismar menos e, radicalmente, ouvir menos mentiras inúteis.
Gostaria de que minha imperfeição fizesse parte da perfeição autoproclamada de muitos.
Costumo me orgulhar de meus defeitos e imperfeições, pois tenho orgulho de ser humana; posso me envaidecer de não ser biruta por não viver no meio do caminho - nem humana, nem divina.
Sou divinamente humana e vice-versa.
Quero que 2009 me proporcione uma aposentadoria sem turbulências; que o governo geral da república mantenha seus contratos e acordos; que minha classe pare de viajar na maionese e se dê ao respeito, em lugar de espalhar outdoors como "o médico vale muito".
Vale mesmo.
Vale muito.
É preciso que o governo geral da república e suas conceições de araque coloquem isso de uma vez por todas em suas cabeçorras. Se o governo geral da república considerar os médicos tão valiosos quanto os operários do ABCD, estamos bem.
É preciso acabar com a prostituição das senhoras que ocupam cargos importantes na república. As madames deveriam pedir demissão em massa, caso não soubessem o que é saneamento básico, carteira de vacinação, aleitamento, pré-natal, programa de saúde da família.
Poderiam se oferecer para programas menos custosos para a população e muito menos tediosos para elas próprias.
É preciso que o nordeste tenha um choque de vergonha na cara e acabe com a prostituição infantil.
É preciso que todo homem e mulher envolvidos nesse comércio sejam sumariamente julgados à prisão perpétua, trabalhando com bolas de chumbo atochadas no pé direito, criando galinhas e hortaliças nos vastos campos da Amazônia que o governo geral da república ainda considere nosso território.
Não adianta querer brigar com a vizinhança, nosso preclaro GGR tem razão.
É preciso julgar sumariamente e prender qualquer pessoa - qualquer! - envolvida em fraudes contra a previdência social e contra a saúde.
Os envolvidos em fraudes contra a educação seriam obrigados a repetir indefinidamente a 3ª série do primeiro grau, em regime fechado, com os métodos antigos da professora Aurora da Minha Vida, entre os quais destaco a régua e os caroços de milho.
Aquelas pessoas envolvidas com o tráfico de drogas deveriam ser obrigadas a experimentar do próprio veneno, em si próprias, sob supervisão médica, de modo a conhecer todas as etapas da ação da droga. E deveriam ficar sem supervisão médica e sem a droga, confinados em ambientes ligeiramente arejados, dirigidos por pessoas crentes, por tempo indeterminado, sob rigoroso doutrinamento.
Da infância à puberdade, toda criança com direito à escola, alimentação e cuidados médicos garantidos pelo Estado. Toda família com acesso ao trabalho e à riqueza. Toda cidade com o direito de destituir um alcaide eleito por engano. Todo Estado, idem.
Aquele pai, mãe ou madrasta que jogasse uma criança pela janela ou que a maltratasse de alguma forma, mesmo não sendo seu filho, deveria passar pelo tratamento de durante 12 meses, diariamente, ser lançado da mesma janela, só que com cordas de proteção, para sendo o caso, morrer só de medo. É preciso um pouco da Lei de Talião nesses casos. Normalmente esses malandros procriadores são muito covardes e, à simples menção de receberem o mesmo tratamento, vão se borrar. Vão, sim!
O governo geral da república estaria sujeito a um mandato de 4 anos e nada mais.
No regime de dois mandatos, um é utilizado exclusivamente para conseguir o segundo. Assim sendo, o primeiro mandato é uma tolice.
Nada feito! Um mandato só e se manda pra tocar a vida do jeito que sempre foi. Era professor? Volta pra cátedra! Era operário? Volta pra fábrica.
Vereadores, só em regime de voluntariado. E nem um centavo para aposentadoria de político. Política é sacrifício, é pra quem tem dinheiro, principalmente. O enriquecimento com a política seria, por si só, ilícito. E o malandro perderia todos os bens em seu nome e no de seus parentes e colaterais, de modo inapelável, o que deveria se tornar uma cláusula pétrea da constituição.
Os crimes de natureza política envolvendo desvio ou malversação de verbas públicas seriam de co-responsabilidade da família até à terceira geração.
Seriam criados albergues para acolher esses malandros oriundos da má política, quando pegos. Qualquer cidadão poderia dar voz de prisão ao se deparar com a triste cena de um ser humano com euros e dólares saindo pela cueca. O viajante comum não é tão lambão.
Nada disso é utopia. É a democracia republicana que vai no meu peito.
Ternura para todos e Amazônia com bola de chumbo no pé direito apenas para os recalcitrantes.
Feliz Ano Novo!!!



2 comentários:

Anônimo disse...

Vc é uma privilegiada.Parafraseando
"Tomates Verdes Fritos",uma "encan-tadora de palavras".
Adoro ler as coisas q vc escreve.
É sempre poético e tocante.
Invariavelmente me leva às lágrimas.
BJSSSSSSSSSSSSSSS
Babette

Anônimo disse...

Essa "blogada" está demais!!! parabéns! acredito que todo ser humano com um mínimo de vergonha na cara e bom senso tenha que concordar com vc!
bj
Zanza