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quinta-feira, setembro 24, 2009

Viver e Morrer Entre os Seus

Meu avô espanhol morreu aos 87 anos de idade; poderia ter vivido mais 20 anos. Meu pai morreu aos 80, poderia ter vivido, bem!, mais 10 anos.
Minha tia Luciana, a irmã mais velha de papai, tem 86 anos e não está bem.
Quando meu avô morreu, na hora mesma de morrer, foi só o tempo de minha tia chegar do Mato Grosso e fazer uma oração.
Eu era adolescente e ponderei: ele só esperou ela chegar. Essa frase fez papai chorar porque sabia que era verdade; sabia que as almas que se amam anseiam uma pela outra antes de partir.
Meu pai morreu num dia 15 de novembro, feriado, com a família inteira no hospital, na hora da visita.
O Pastor Fanini também morreu entre os seus.
Eu fico admirada com essas "coincidências", porque... qual o quê!
Não há coincidências.
Nascemos, vivemos e morremos junto dos nossos. Esse é o desejo final da alma ao se despir do velho, bom e cansado corpo.
Ficar entre os seus; ser consolada pelos seus; consolar os seus.
Acompanhamos esse vai e vem na estação. Uns partindo, outros chegando... e as almas que se amam esperando uma despedida, uma oração, um salmo... um sinal, um apito, um grito "all aboard!"
Vai, minha alma, suave e lentamente, depositar um beijo de adeus naquele que se vai. Não se faça esperar.
E depois volte ligeiro pra perto dos seus.

Um comentário:

Unknown disse...

Lírico demais!!! Até falando de morte e despedida suas palavras são leves,seu tom é suave,sua lira faz vibrar acordes que enlevam... Há uma fonte inesgotável de inspiração e encantamento em tudo que vc escreve. O tema é o que menos importa. Feliz de quem é objeto do seu talento. Bjs, Naninha