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segunda-feira, outubro 25, 2010

Cruzeiro Pelo Mediterrâneo

Mar Mediterrâneo, 17.10.10

Estamos em nosso sétimo dia de cruzeiro pelo Mediterrâneo, em 3 dos quais estive arriada por uma bela gripe. Dica de como conseguir gripe e faringite no exterior: tire e coloque o casaco; tire e coloque o cachecol.
Hoje amanheci melhor (às 5 horas da manhã) com sons guturais desagradabilíssimos ininterruptos vindos da cama ao lado. Não posso reclamar, mas reclamo mesmo sem poder. Ronco é um problema de saúde.
Resolvi descer para tomar café em outro restaurante que abre somente de 6:30 às 8:30.
Pretendo ter um dia mais produtivo hoje, dia em que ficaremos navegando sem escala. Nossa próxima parada será em Alexandria e amanhã bem cedo sairemos em excursão.
A primeira parada do navio foi em Nápolis, cidade típica dos comerciais de cornetto (dá-me um corneeetto!!!). Ruelas estreitas, abundantes varais de roupas coloridas e alguma sujeira.
Visitamos a catedral de São Genaro e só tive um pensamento lá dentro. Que maravilha de homenagem aos deuses. Parabéns por merecerem tão grandiosa homenagem.
É lógico que a seguir me veio à cabeça que não se trata de homenagem e sim de exibicionismo. Minha igreja é mais rica que a sua, Conde Stiffoso. Nunca vi um teto tão lindo, simétrico e cheio de detalhes! Acho que nem um computador faria algo tão preciso. A mente humana sempre foi genial, mas convenhamos, há 300 anos atrás era preciso uma overdose de genialidade pra compor desenhos, figuras, bordados e acabamentos tão refinados.
Depois seguimos para Pompéia, cidade que, junto com Herculano, foi destruída numa das erupções do Vesúvio. O Vesúvio parece um vulcãozinho camarada, mas o certo é que as aparências enganam.
Experimentamos em Pompéia um licor de limão (limonetto) muito agradável ao paladar. Meu lado realista ou pessimista, sei lá, me impediu de comprar a garrafinha, porque o que é dado à prova nem sempre é o que está na garrafinha. Isso vale pra tudo, hein?
De Pompéia seguimos para a costa amalfitana. Era um desejo antigo meu conhecer a costa amalfitana, que nada mais é que a Rio-Santos sem vegetação exuberante e com as típicas construções mediterrâneas encravadas na rocha. A tal rocha muitas vezes dá a impressão de ser uma falésia, o que me deixou com as orelhas em pé.
É bonita a costa amalfitana. Mas foi Capri que surpreendeu. É uma ilha com ares buzianos. Tem ares de Paraty também. As pitangas se acenderam várias vezes pois há homens bonitos nas paragens. Pra completar pegamos um taxi de Anacapri até o porto, cujo motorista nem de longe lembra um personagem de Pasolini. Foi o bastante para as pitangas acenderem furiosamente.
Lá embaixo no porto tomei um espresso decente. O filho dos donos do restaurante farejou a pitanguice do grupo e disse que gostaria muito de viver uns tempos no Rio, gostaria de aprender a falar português etc, e pagaria a hospedagem, faria massagens, seria o big boss delas. Como algumas já deram tudo o que tinham que dar, colocaram as filhas na fita. Ê, Brazél!
Por causa desse papo todo acabamos perdendo o barco que nos levaria para o porto em Nápolis onde nosso navio estava ancorado. O pessoal que lida com turismo sabe perfeitamente bem quem é quem. O camarada que estava junto ao barco que partiria em seguida fez um drama completo junto às senhouras do grupo, que, obviamente ficaram indignadas com a falta de consideração do comandante partindo sem esperá-las. Depois de tripudiar bastante o tal camarada disse que poderíamos embarcar a seguir, utilizando o mesmo ticket. As senhouras até então revoltadíssimas exclamaram: ahn, bem!

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