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segunda-feira, outubro 25, 2010

Roma-Paris-Berlim

25/10/10

Acordamos às 6h da manha, tomamos café às 7 e às 8 resolvemos contratar outro transfer, pois o nosso não apareceu para nos levar ao Fiumucino (aeroporto de Roma).
A quantidade de malas é impressionante para qualquer serumano normal.
Consegui empacotar a mala-do-vigário-turco e nesse momento estou menos apreensiva com a possibilidade de sua iminente desintegração.
Preciso comprar uma outra mala de mão porque a que trouxe já perdeu o puxador das rodinhas. Nada que eu não consiga fazer com tranqüilidade em Berlim.
Dormi muito bem nessa noite e hoje me encontro disposta o suficiente pra chegar em Berlim e sair com a tropa.
Temos tido bastante sorte com o tempo e a temperatura. Hoje saímos de Roma debaixo de chuva. Havia previsão de chuva para o fim do dia da nossa chegada e para todo o dia de ontem. Nada disso aconteceu.
O fato de sairmos com chuva nos deu o bônus de um lindo arco-iris completo. Tentei tirar fotos.
Escrevo do aviãozinho que nos leva pra Paris onde faremos conexão para Berlim. Houve um atraso de 50 minutos pois estamos voando de Air France e provavelmente esse aviãozinho veio de Paris onde há agitação e greve por causa de uma lei a ser votada no congresso. Nosso vôo para Berlim sairá às 13:15.
Acabaram de nos dar um lanchinho bem mixuruca (tomei chá com biscoitos – dois biscoitos). Estou imaginando onde, como e quando será nosso almoço de hoje.
Nem vi direito a decolagem. Só sei que me peguei várias vezes com a mandíbula pendurada; se eu tivesse beiçolas elas teriam batido no meu umbigo, haha.
Obviamente durante o vôo não há como ter conexão. Isto seria demais e eu até esqueceria os dias de tormenta no NAVIOMETRALHAO.A.
Impressões sobre Paris: continua linda, é mais linda ainda no outono. Árvores com tonalidades verde e laranja na mesma copa.
Paris está mais suja. Estive em Paris em 1996 e foi um encanto inesquecível. Não havia lixo na rua como há hoje. Perguntei ao nosso taxista (brasileiro) se era só impressão minha e ele disse que após o 11 de setembro as lixeiras doiradas de Paris saíram de circulação pois temia-se que os terroristas deixassem artefatos nelas.
A verdade é que a gente demora bastante até encontrar um lugar pra deixar o lixo em Paris. Esse problema das lixeiras deveria ter sido contornado com o emprego de mais pessoas recolhendo o lixo, pois as ruas estão feias com essa sujeira inesperada.
Quando estive em Paris defini a cidade como um lugar que cheirava a tabaco. Não sei o que houve pois já não há mais esse cheiro. Em todo o caso o parisiense está fumando demais. Fuma e lança a guimba no chão.
A novidade de Paris esse ano foi estar no Quartier Latin. A pé pudemos ir até os Jardins de Luxemburgo, andar pelas Av. San Michel e San Germain. Metrô por toda parte, mas suspeito que andávamos mais para pegar o metrô do que viajávamos nele. Coisas de quem não tem intimidade com o engenhoso metrô de Paris.
Em Roma também se fuma bastante e se joga a guimba no chão. Acho que nesse quesito o Brasil está um passo a frente. Já não se vê tantos fumantes nos lugares e as guimbas são deixadas no lugar adequado (ou serão engolidas, sei lá).
O charme de Roma é, como não se cansam de dizer as pessoas, ser um museu a céu aberto. De fato é.
Mas o charme de Roma a meu ver é a demonstração de que se pode preservar a história e os lugares arqueológicos no mesmo tempo e espaço de uma cidade moderna que funciona.
Não há postes de rede elétrica na Europa. Os postes se destinam apenas a iluminar as ruas. Aquela teia de fios que tanto agride a estética de nossas cidades não existe aqui.
Os prédios são da 1880, mas os banheiros e as demais instalações são de um modernismo surpreendente.
É possível preservar a história e ir construindo o mundo contemporâneo ao mesmo tempo.
Isso se aprende em Roma onde chegam ao requinte de fazer museus envidraçados sobre obras antigas, de modo a preservá-las em seu sítio original, criando uma vertente inovadora de museu.
Outra coisa muito agradável tanto em Paris quanto em Roma é o silêncio dos meios de transporte.
Os carros europeus em sua maioria são monovolumes. Ou melhor, MINIvolumes. Usa-se muito as velhas e boas vespas, lambretas e scooters. Há motos mais invocadas também, mas não são a maioria. Os ônibus são silenciosos. Não existe buzina no transporte público. Na ponte Nova Iorque - Paris que fizemos em 1994 observei que a função fálica dos carros para o americano nada quer dizer para os franceses.
Os terminais são amplos e bem arrumados. Há uma organização admirável nos ônibus de city-tour.
Em Roma o trânsito é considerado caótico, mas como estivemos aqui apenas no sábado e domingo, não foi possível achar esse caos todo. Circulamos com muita tranqüilidade em carros, taxis e buses.
Os italianos são bem nervosinhos no trânsito. Usam muito a buzina em seus carrículos por nada. Têm a mesma irracionalidade de qualquer país onde haja engarrafamentos. Se buzinar fizesse o carro da frente sumir no éter ainda teria sentido. E o italiano vai além de buzinar. Sai do carro e começa a gesticulare e a esbravejare. Não adianta nada. Mas quem sabe ele se livra de uma úlcera? Ou anda de mal com a mulher e não fala tanto quanto gostaria (e precisaria) em casa?
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Perdemos a conexão para Berlim e ganhamos um mini-up no aviãozinho que nos levou, finalmente.

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