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sexta-feira, dezembro 23, 2011

Eucalyptus



A casa dos meus avós podia muito bem ter sido assim. Foi minha casa até os 4 anos.
Mas eu fui criada num quintal cujo fundo era todo plantado com eucaliptos.
Fui criada ouvindo o vento nos eucaliptos tirando deles o perfume que na época eu nem me dava conta.
Gostava de brincar com os carrapichos e me lembro bem do cheiro deles.
Hoje o eucalipto é para mim um background. Meu passado, minha fortaleza, meu muro guardado por altivos Dom Quixotes que defendiam a minha retaguarda.
Minha mãe mandou plantar eucaliptos enfileirados no muro de trás para proteger a nossa infância.
Hoje, em meio a tantos eucaliptos, abro as janelas do carro e deixo entrar o perfume.
Essas frágeis e potentes árvores se juntaram no muro de trás da minha casa para me proteger de todo o mal.
E hoje sou profundamente grata a esta espécie por ter permanecido em minha vida adulta como uma lembrança de proteção e perfume.
De modo que cresci apoiada por esses eucaliptos dentro e ao fundo e hoje posso vê-los fora e ao lado com grande júbilo.




(Queijadas, 22.12.2011, 13h)

2 comentários:

Naninha disse...

Suas palavras são música aos nossos ouvidos e perfume ao olfato da nossa lembrança. Que bom viajar àquela casa no Visconde Araújo... certamente o melhor tempo da nossa infância. Se conhecêssemos Monteiro Lobato aos 5 , 6 anos, seria ali nosso "Sítio". Bjs

marinaide disse...

Sim, seria ali. Não posso esquecer que mamãe plantou muitas árvores frutíferas também.