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terça-feira, julho 13, 2004

até quando?

os peritos médicos do INSS estão em greve a partir de hoje, pelo motivo já tornado banal do não cumprimento, por parte do governo, dos acordos firmados há mais de 90 dias, relacionados à realização de concursos para a carreira e correção dos valores devidos a partir da aprovação da Lei 10.876.
é lamentável constatar que tem se tornado prática deste governo fazer acordos depois de intermináveis rodadas de negociação, acordos onde a outra parte faz concessões que vão ao limite do limite de suas reivindicações, e no fim fica-se com a velha máxima de todos os governos passados, "ganha mas não leva".
sou por natureza bastante condescendente, embora minhas reações explosivas possam dar outra impressão (a gente explode a determinadas condições de pressão/temperatura etc) - e com este governo em particular, tenho dado todos os descontos e votos de confiança.
contudo, quando a gente vê que uma parte infinitesimal do orçamento tem sido "disponibilizado" e parece que o PT quer ser mais realista do que o rei em relação ao FMI, fica difícil partilhar das emanações otimistas do planalto.
tenho claro que nós, brasileiros, não temos e não tínhamos a noção minimamente aproximada do que foi o legado dos governos passados em dezembro de 2002.
pessoalmente acho q as circunstâncias da vitória do Lula - desespero, descrédito, falência do modelo neo-liberal - geraram muito mais um ato de rebeldia do que convicções quanto à capacidade do postulante para lidar com um quadro tão sombrio.
creio ser de justiça reconhecer que a crise inicial foi superada, o que significa dizer que o governo teve pulso para contornar uma tempestade, mas está naufragando na enseada.
tem disso: acerta no atacado e erra no varejo; o atacado pode (provavelmente é) ser mais importante, só que é no varejo que estão as almas comuns.

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